O discurso: epopéia de minha vida

segunda-feira, maio 07, 2007

Bento XVI, cristianismo e filosofia; um paralelo.






Domingo quase sempre me deprimi, o domingo é um dia “sagrado” que me lembra e remete a hábitos e costumes mineiro-religiosos; televisão ligada o tempo todo, macarronada e frango ao molho me aprisionam a uma cultura da qual eu, dependente familiar, ainda não consegui escapar.
O ápice do domingo é ir à igreja. A igreja é o lugar que nos aguarda de portas abertas, nós católicos praticantes ou não. Evangélicos em ternos maiores que suas medidas passam pela rua com a bíblia debaixo do braço.
Este mês está marcado pela religiosidade católica fervorosa, pois Bento XVI chega ao Brasil na quarta-feira. Há uma inquietação por parte de todos, sejam colunistas, intelectuais ou cristãos, seja para criticar ou louvar a vinda do Papa. Há preparações monstruosas e dinheiro pesado investido na comodidade e bem estar de bento XVI, tanto quanto investimentos em vários tipos de comércios informais.
Tudo isso me faz refletir e fazer um questionamento; há quanto tempo já esquecemos quem foi e o que pregou aquele homem montado num burro?! O homem que supostamente pregou a simplicidade, que numa das parábolas bíblicas adentrou a igreja e acabou com todo tipo de comércio que nela se estabelecia. O homem que recusou todo tipo de conforto, que não se utilizou de “Papa-móvel” para se proteger das pessoas, um homem que, sabendo do sofrimento que viria a ter, não se protegeu entre seus seguidores. Livre de riqueza e ideais políticos.
Amado e escasso leitor não se engane com meus questionamentos, eles não provêem de uma mente religiosa nem tem Partidos Cristãos, portanto cristãos evangélicos ou católicos não se isentam do meu raciocínio, são todos farinha-do-mesmo-saco, se não esqueceram a filosofia passada por este grande filosofo, Jesus Cristo, a ignoram.
Mas de certa forma meu questionamento é errôneo num ponto crucial e me deixa com cara de imbecille, tudo que rodeia os Partidos Religiosos é na verdade político e não filosófico. Não há filósofos na igreja, há políticos religiosos.
"Io sonno un Filosofo o sonno un imbecille?"
Rafael, 11:42 AM | link | 7 comentários |

quinta-feira, março 01, 2007

Sofisma Global.




“Tenho uma triste informação! Difícil dizer; a Íris foi eliminada!
Quem eliminou a Íris? Você? Eu? O público? Com pouco mais de vinte e cinco milhões de votos, cinqüenta e sete por cento para Íris, ela sai da casa mais famosa do país.
Alemão vai fazer justiça, é o que todos esperamos. Esse paredão foi uma sacanagem.”
O sétimo Big Brother vem pra engrossar a dose de diversão das pessoas, mas a custo de quê? – Um milhão? Ah, não leve tão a sério, pra gente é só diversão!
Diversão gostosa graças a competência da Globo que sabe medir o grau de Verdade das pessoas, dela não escapa nada, a gente está assistindo.
Não é só isso, a Globo edita todos os capítulos do Big Brother, faz alusão a novelas e seriados da...Globo, a gente assiste.
A Globo abre votação ao Público, a gente vota!
Conhecemos a personalidade de cada personagem do BBB, alguns bons, outros malvados.
É diversão pra toda família. A Globo é demais. Globo e você, tudo a Ver!
No Big Brother você pode espiar, pode opinar, pode tirar quem você não gosta, a Globo deixa.
Já não estou certo se sou realmente o telespectador, ou se eu que participo de algum jogo.

Globo é Vox-Populi...
A voz do povo é a voz de Deus...
A Globo é Deus?
Somos o BBB...
Rafael, 1:45 PM | link | 2 comentários |

quinta-feira, maio 18, 2006

PCC, vilão ou mocinho?


A mídia agiu de forma que alertasse o povo, mas o sensacionalismo envolvendo os ataques do PCC a órgãos públicos fez com que a população de todo o estado de São Paulo entrasse em pânico, mas quais eram os interesses da mídia em comover o povo?
Algumas respostas são possíveis, por exemplo; fazer com que o povo se indignasse com os ataques, apoiando as leis estaduais e a policia. Claro que a mídia trabalha juntamente com o Estado, mas o tiro saiu pela culatra; o povo em pânico evacuou e logo São Paulo parou de funcionar. Todos sabemos que um Estado parado atrasa a economia do país, principalmente se esse estado é São Paulo. Nas ruas o deserto se estabeleceu, às 19h30min havia uma impressão de deserto. A policia teve que tomar uma atitude frente ao caos estabelecido graças aos boatos da mídia. O comandante da policia de São Paulo deu uma entrevista coletiva em que “esclarecia tudo” sobre a situação do estado. Eram momentos tensos, a policia de SP sofria pressão tanto por parte do governo quanto dos presos rebelados. A mídia logo que percebeu o dano causado pelo sensacionalismo exacerbado tentou corrigir e de fato conseguiu.
Entretanto uma pergunta não quer se calar: Quem defendia os interesses da sociedade, o governo do estado ou a facção PCC? – Difícil tirar conclusões, mas é necessário pensar afinco nessa questão. O PCC não esteve em nenhum momento contra a população, e notável é o caráter de tais “bandidos” que para protestar contra o Estado queimou vários ônibus, mas não tocou fogo em nenhum deles com passageiro dentro, o que demonstra profunda compaixão pelo povo e a idéia de respeito com o ser humano. Policiais foram baleados e mortos sim! Até o momento 40 oficiais, e 93 suspeitos, de acordo com os dados veiculados pela Rede Globo. Sobre os dados, não é preciso dizer muito, existem suspeitos demais morrendo.
Note bem que ataques terroristas no oriente médio não visam apenas os governos, mas também a população que “apóia” ou “consente” a atitude governamental, este claramente não é o caso da facção PCC. O grupo que reivindicou através de rebeliões melhores condições nas cadeias, televisores para assistir a copa do mundo e uniformes não tem a menor consciência do poder que tem em mãos.
As condições sociais favoráveis ao analfabetismo da grande massa social contribuem para que mentes como a do grupo PCC não dêem passos realmente significativos para a mudança social, o que no caso é o papel do grupo, consciente ou inconscientemente. A mídia e o governo trabalham juntos mascarando a realidade social e sublimando a necessidade do povo com programas televisionados que distraem e idiotizam ao mesmo tempo.
Hoje vivemos numa bola de neve a grave situação de desigualdade social, o verdadeiro problema para o estado e o país, entretanto o povo vai conscientizar a construção de novas cadeias e as reformas nos órgãos de segurança pública, o que na verdade não é o plano do governo como medida drástica imediata e sim a solução final para o assunto. Poucos atinam para o fato de que a cada dia há mais pobres miseráveis vivendo em condições subumanas em nosso estado e no resto do país e que ataques como o da facção PCC é apenas um grito de liberdade frente à opressão governamental e midiática.
É claro que a população está comovida com o caso e com a falta de respeito para a lei e de modo geral todos são contra o PCC, alguns dizem que não há mais segurança e isso de fato nunca existiu, pois não há como controlar a maioria miserável no país a não ser pela alienação promovida pela mídia. Resta aos cidadãos refletir sobre quem defende nossos interesses no momento e quem são os vilões desses fatos complexos e macabros, quem são as vítimas e os culpados?
Rafael, 12:19 AM | link | 7 comentários |

segunda-feira, janeiro 16, 2006

(diálogo)


(tevê ligada, barulho)

(Tevê desligada)

(silêncio)

Doutor: Nenhum progresso. Nenhum progresso até agora. Já foi realizada a leitura de alguns livros e apostilas, temas relacionados à psicologia e sociedade, mas nada de entender-se a si mesmo. É preocupante o esquema capitalista de comércio de produtos incutidos de sensações momentâneas e bem estar no mundo, mas como manter-se afastado desta peste? Fulano tenta de todas as maneiras, mas lá pega-se fulano cometendo os mesmos erros aparentemente bobos, pecando, capitalismo, comércio.

Cidadão: o que tem haver comprar-se um objeto, seja uma camisa ou um carro com o bem-estar-no-mundo? Diz-se em ser aceito no grupo social?

Doutor: Prévia conclusão: a sociedade é regida por um conjunto de fatores criados pelo grupo, no qual a falta de qualificação do individuo resulta na exclusão social. A propaganda marketeira ataca esse defeito do sujeito, prometendo a ele, em troca de dinheiro, bens materiais e o bem–estar- no-mundo. É possível que isso cause uma banalização dos sentimentos e das relações inter-pessoais? Qual é a relação entre a banalização das relações interpessoais e uma mente ócio?

Cidadão: Hmn...

(silêncio)

(tevê ligada, barulho)
Rafael, 2:08 AM | link | 0 comentários |

quarta-feira, agosto 03, 2005

A realidade unificada.

O assunto sobre o qual vou tratar gira em torno do livro 1984 de George Orwell. A meu ver, o livro trata, sobre tudo o tema da alienação do individuo e do individuo para uma coletividade, assim, beneficiar alguns outros interesses é o significado que mais produzi durante e depois da leitura de 1984. A alienação total, a imersão em realidade construída por um partido, um Estado em guerra com outros países, visando não o dinheiro em sua materialização, e sim o poder, o poder total, ou como menciona o próprio texto DEUS É PODER e inversamente. Isto mudou meu olhar para a própria frase, cujo algumas vezes vi ‘adesivado’ em vidros de carros. A realidade é uma construção mental individual do sujeito para a materialização objetiva, assim sendo, ela pode ser alterada por influência de outro individuo, deste modo se constrói a alienação. Ter a realidade objetiva modificada para favorecer outrem não me parece uma prática utópica, pelo contrário, uma prática atual de domínio sobre o ‘desejo’ do outro, de modo que esse ‘desejo’, ‘ódio’ ou ‘vontade’ favoreça um outro individuo ou grupo. Hoje, isto é possível e praticável de modo enfático e mais fácil do que anos atrás, pois hoje se pode apoiar na tecnologia e utiliza-la para os próprios fins, ou seja, a televisão trabalha muito na construção da realidade dos indivíduos, o rádio, a internet e a globalização ou mistura das culturas entre nações pelo encurtamento das distâncias e dos fatos, das guerras, das noticias serem de conhecimento de todos quase que simultaneamente ao período em que ocorre, como uma filmagem, sensacionalista e deturpada da realidade, que muitas vezes não é a mesma do tele-espectador. Ligar a televisão e ver guerras, mortes e tantas outras atrocidades é hoje um ato quase que indiferente, as filmadoras captam as imagens e transmitem quase que simultaneamente os fatos como num teatro, a ação e os espectadores. Mas não são apenas as guerras as 'peças teatrais' do nosso tempo, há também a privacidade exposta, por meio de chamados 'reality shows'. O sujeito vê o outro em tempo também quase que simultâneo, vê suas necessidades e carências, julga, opina e modifica seu olhar sobre o individuo filmado, inversamente pode se notar que o próprio espectador age como reação de deleite em se expor através da internet, expõem suas vontades, seu íntimo, seus problemas e suas carências, isto é, entre outros fatores que não mencionarei neste texto, uma reação a imersão na realidade alheia, ou seja, uma forma de imitação, que acarreta em sentimentos positivos ao 'ator', e pode servir como terapia a muitos. Claro, a tecnologia em si não é necessariamente má, entretanto, utilizada de maneira a favorecer sempre o desejo alheio, torna-se a arma mais poderosa de nossa atualidade. Coloquemos em questão a atração do individuo e dele para a comunidade em relação aos meios de alienação. Estes são como iscas, prontas a fisgar o individuo em seu momento de fraqueza, o individuo por sua vez, utiliza os meios de comunicação de massa para sua distração e entretenimento, mas muitas vezes não sabe que é atingido por uma explosão de incitações a realidade alheia, sem questionar a realidade e a ficção, o sujeito torna o mundo em que foi imerso em seu próprio mundo alterando drasticamente a realidade em favor do seu criador. O livro 1984 abrange este tema com grande sabedoria, elucidando ao leitor que é possível assumir, não enganosamente, que 2 + 2= 5 e não 4, mas que é possível crer piamente que de fato é 5. A principio parece difícil de compreender, mas realmente a mudança da realidade, na maneira como mostra George Orwell sugere que um grupo dominante faz isso com a sociedade inferior a ele, e sucessivamente um grupo superior a um inferior. A dor física, o martírio, a degeneração do corpo são os meios utilizados para atingir uma alienação em sua fase rebelde, ou seja, quando o individuo persiste em refletir. A reflexão é a grande inimiga da alienação, a mudança de comportamento frente à realidade deturpada é condenada não apenas pelos órgãos de alienação como também pela própria sociedade que insiste em expor o diferente, neste estágio, ‘refletir’ é realmente errado denunciado e exposto como ridículo pelos membros da sociedade, enquanto é encarado como ‘crime’ pelas instituições opressoras. ‘Refletir’ é o que leva a personagem principal da história, Winston, à prisão em uma instituição de ‘reabilitação social da mente’, Winston começou a refletir e assim fazendo mostrava que se diferenciava dos outros alienados, representando uma ameaça ao partido. Winston retrata algo intrínseco em nós, a capacidade de se questionar, 'de onde vem', 'como' e 'por que', perguntas filosóficas. Essa capacidade de questionamento autônomo, de reflexão, infelizmente é quase completamente apagada em alguns de nós, deixando o individuo a deriva do que o outro quer, em estado de profunda alienação, “ignorância é força” é o lema do partido na história. No livro o Estado usa como meio de alienação, também o controle do passado e do futuro, previsões feitas pelo Grande Irmão (a imagem que materializa o órgão opressor), apagamento e esquecimento total do passado, sendo tudo a todo momento revisado de forma a favorecer o partido. Isto também não parece utópico, a realidade vista através dos livros e do meio de comunicação de massa é infestada de favoritismo, ao interesse do órgão ‘veiculador’ da mensagem, ou seja, é óbvio que ‘o autor sempre tem uma intenção no que diz, a intenção é passar a mensagem que deseja’, esta mensagem visa uma mudança no estado do outro e no seu próprio.
Sem demoras, finalizo esta reflexão e analogia com nossa vida contemporânea, no qual relacionei o livro 1984 com minha visão e expressão da realidade subjetiva e objetiva.

GUERRA É PAZ
LIBERDADE É ESCRAVIDÃO
IGNORÂNCIA É FORÇA
(do livro 1984, George Orwell)
Rafael, 5:30 PM | link | 1 comentários |

sexta-feira, julho 01, 2005

violência na escola



O caso da professora agredida no rosto por um aluno na escola João Cursino em São José não parece tão surpreendente. Em algumas escolas estaduais da cidade a condição de trabalho com os alunos é degenerada a cada ano. Mas essas condições de um ambiente escolar onde se tem como meta o ensino de conhecimentos relevantes para vida social não são proporcionadas exclusivamente por boa diretoria e abordagem pedagógica de qualidade, e sim, principalmente de qualidade de vida em meio social. O aluno problemático encontra dificuldades de aprendizado, e, além disso, é pressionado a estudar, senão pelos pais em idade inferior a dezoito anos, mas também pela própria área de trabalho em idade adulta. Mas as condições sociais destes alunos continuam horríveis. Algumas partes da cidade são tomadas por camadas pobres, sem educação e com um olhar pessimista para o futuro, e para as outras camadas sociais. Estes alunos enfrentam um cotidiano de complicados problemas sociais, como por exemplo, problema financeiro e famílias desestruturadas. O aluno perde o respeito ao próximo, porque talvez esse aluno mesmo sinta não receber o devido respeito social. Os alunos de muitas escolas estaduais concluem o ensino médio sem saber muitas vezes o conteúdo do ensino fundamental, o que não deixa o problema apenas nos ombros sociais, mas também dos professores de nível baixo. Entretanto qualquer professor fará a pergunta; como ensinar um aluno problemático? – a resposta realmente não é fácil, pois isto não depende apenas do professor, mas de uma série de fatores até mesmo governamentais, que não cabe a mim cita-los por pouco conhecimento político. O caso dos alunos provavelmente vai a Vara da Infância e estes compreendem todos os fatores que levam o aluno a cometer estes atos, é o que se espera. Aqueles professores que realmente amam sua profissão e buscam o conhecimento continuamente para não se tornar apenas mais uma mobília da sala de aula, o desejo é de melhores condições de trabalho o que reflete melhores condições sociais.
Rafael, 11:00 PM | link | 0 comentários |

sábado, abril 02, 2005

métodos contraceptivos



Dia trinta de março, em torno de meia noite, eu estava deitado e a televisão estava ligada. Passava jornal da globo mas eu não estava assistindo, até que algo realmente me chamou atenção “polêmica em cidade do interior; a igreja católica está fazendo campanha contra o método contraceptivo, alegando que um óvulo fecundado já é considerado uma vida”.
Algumas igrejas católicas estão incluindo no sermão a problemática das pílulas e estão entregando panfletos sobre o assunto, com o apoio dos nossos polêmicos vereadores que por sua vez votaram contra a liberação das pílulas. Já conhecemos bem a índole dos vereadores, é irrelevante comentar o que já é de conhecimento da maioria.
Quanto à igreja, que tolera a ciência com certa repulsa e vive a criticar os rumos sociais, vem, desde sempre, se intrometendo de forma nefasta na política social. Essa atitude é típica e característica do império católico, até pode-se dizer que a política da sociedade e a política católica são dois ramos que caminham lado a lado. Basta analisarmos superficialmente a nossa história de colonização, quando a igreja ergueu seu império junto aos portugueses, ajudando-os, inclusive no papel mais sujo de adentrar uma terra já habitada, o crime de genocídio. Alegavam que os índios não tinham modos, cultura e assim como os animais, não tinham espírito. Essa premissa insensata e preconceituosa foi a razão dada para uma evangelização sangrenta do nosso índio brasileiro.
Hoje pode se dizer que a voz imperialista católica não mudou muito, com a maioria da nação sendo católica, a igreja usa sua psicologia religiosa deliberadamente, e o povo (mesmo inconscientemente) sofre esse acondicionamento, acreditando que a voz da igreja é a voz da verdade, isto faz até parecer que a boa índole e a moral provêm apenas da igreja, conceito completamente errôneo.
A igreja de São José está agindo na política governamental através dos sábios vereadores, que deveriam ter como meta o bem estar social da cidade, deixando de lado qualquer tipo de crença. A maioria dos cidadãos vive em situação de baixa renda, com poder aquisitivo mínimo e como conseqüência essa parte da sociedade joseense tem menos informação e ajuda social.
Em casos de estrupo, problemas com camisinha e violência sexual, é direito da mulher tomar a pílula do dia seguinte, ou podem sofrer conseqüências que vão carregar para vida toda. A parte carente da cidade vai empobrecer cada vez mais, em alguns anos teremos mais jovens nas ruas sem perspectivas de vida e com isto o aumento de vários fatores negativos. A proibição das pílulas a pessoas carentes é um ato criminoso de exclusão social. Se os católicos são contra o uso de métodos contraceptivos, então que eles não utilizem os métodos, mas não prejudiquem as pessoas com essa crendice que já fez nosso povo sofrer tanto.
Rafael, 12:15 AM | link | 2 comentários |

sexta-feira, março 04, 2005

Atentado ao Idioma


(Matéria publicada pelo jornal Vale Paraibano dia 04/03/2005)

Luiz Gonzaga Bertelli

Existem tantos estrangeirismos em uso no nosso vocabulário, que alguns gramáticos proclamam a gradativa extinção do idioma nacional. Nos últimos 300 anos, línguas desapareceram em ritmo acelerado. Para os estudiosos, o fenômeno atinge o mundo todo, entre outras razões devido à globalização da economia, desaparecimento das nações e contato com culturas mais desenvolvidas. Contudo, há outros testemunhos contrários, alegando que seria normal e admissível a inclusão de palavras estrangeiras e, desta forma, não evidenciam razões para qualquer movimento defensivo ou de preservação do vernáculo.
Perfila entre os desejosos de maior divulgação da nossa leitura e dos investimentos nas bibliotecas públicas, ao reconhecer que os jovens estão falando e escrevem cada vez pior. No mundo empresarial, comumente, é aconselhado que o ensino do idioma inglês deveria ser compulsório, desde o curso fundamental. Não obstante, o ministério das relações exteriores determinou, recentemente, que a prova de inglês não seja mais eliminatória no processo de seleção dos candidatos à diplomacia.
Mencionam as estatísticas que mais de 215 milhões de pessoas falam o português em todo o mundo no século 16, o português foi a língua de comunicação internacional, idioma global. À época 3 milhões falavam português em sua forma arcaica. Tramita no congresso nacional o projeto de autoria do deputado federal e ministro, Aldo Rebelo, proibindo o emprego dos estrangeirismos, mui especialmente os ingleses.
Se aprovada a lei, deixaríamos de usar expressões inglesas ou americanizadas. A preservação do idioma nacional é imperativo, portanto, se pretendermos ocupar um posto de liderança entre os países em desenvolvimento.

Luiz Gonzaga é Presidente do CIEE
Rafael, 4:59 PM | link | 0 comentários |

Atentado ao idioma


( carta redigida por mim, em relação à matéria divulgada pelo jornal Vale Paraibano, 04/03/05)

Fiquei muito chocado quando li a matéria intitulada Atentado ao Idioma, redigido pelo Sr. Luiz Gonzaga Bertelli, presidente do CIEE que se referiu entre outras ao deputado federal e ministro, Aldo Rebelo, que tramitou no Congresso Nacional um projeto de sua autoria, proibindo o emprego de estrangeirismo e em especial os de origem inglesa.
Sabemos bem que o inglês é hoje a língua veicular, de transações globais, por onde se pode ter um contato ideológico-cultural entre as nações. Muitos dos termos referidos como estrangeirismos, são necessários para a evolução de nossa sociedade junto às comunidades globais. É um absurdo afirmar que o português possa se extinguir; é mais apropriado afirmar que o inglês pode sofrer uma mutação muito grande devido ao número de falantes, podendo ser base para a criação de novos idiomas, assim como aconteceu com o Latim. Segundo Ferdinand de Saussure (pai da lingüística moderna, 1987-1913) a língua “é uma instituição social” ¹, “a língua é elaborada pela comunidade, é somente nela que ela é social (...) e o único elemento variável ao qual se pode recorrer para dar conta da variação lingüística é a mudança social” ².Logo, o sinal de estrangeirismo é sinal de que nossa sociedade tem evoluído.
É também pouco sensato se preocupar com a formação sintática das frases em nosso idioma, já que a gramática normativa não tem variantes, ou seja, a elaboração de uma frase com o estrangeirismo não perde sua estrutura gramatical (salvo para o gerundismo, que assola principalmente pessoas com um certo domínio da língua, ex. “vou estar ligando para confirmação”, esta é uma característica forte entre pessoas de poder aquisitivo e ou pessoas que tentam falar de maneira formal) entretanto, é exclusivamente verbalizado. Devemos voltar nossos olhares a falta de recursos sócio-culturais em nossa cidade, onde se encontra verdadeiramente a degradação, em outras palavras, não se tem incentivo real na construção da identidade social. Não há escolas de nível regular em nossa cidade e a única biblioteca pública (Cassiano Ricardo) não pode dar conta de toda a comunidade com sua estrutura e seu conteúdo (muitas vezes) desatualizado.
Penso que o empecilho de uma lei que proíbe o uso de estrangeirismo (seja ele de forma comercial ou social) possa não somente atrasar nossa sociedade em termos de compreensão do mundo atual, como também é um atentado a nossa liberdade de expressão. A lei me faz refletir sobre a estrutura educacional em que se baseiam certas pessoas, seria loucura pensar em reflexo de um atraso intelectual de nossa nação? Melhor mesmo seria investir tempo em estudos sobre a educação brasileira, para que alunos de 3° ano do ensino médio possam concluir a escola com o mínimo de capacidade crítica, sócio – ideológico – cultural.


Rafael Carvalho, 22 anos, estudante do 3° ano da faculdade de letras
UNIVAP - Universidade do Vale do Paraíba.

1. 1. Ferdinand de Saussure, Cours de linguisitque générale, Paris, Payot, 1931, p. 33.
2. Louis-Jean Calvet, Sociolingüística: uma introdução crítica, tradução Marcos Marcionilo, parábola,2002.
Rafael, 4:27 PM | link | 0 comentários |

quarta-feira, fevereiro 23, 2005

Papa lança livro


Fonte da notícia: Folha do Estado de São Paulo, página A 11, São Paulo, Quarta-feira, 23 de fevereiro de 2005

Ensaio: Rafael Carvalho

O papa João Paulo II lançou ontem o livro "memória e identidade" em vários países, inclusive no Brasil. O papa trata de assuntos sociais contemporâneos, polêmicos e ideológicos, segundo seu
ponto de vista catolicista. O papa fala sobre aborto, democracia, homossexualidade e sobre o atentado que sofreu em 13 de maio de 1981 quando o turco Mehmet Ali Agca atirou à uma distância entre dois e quatro metros, também usa termos como "ideologias do mal" quando se refere a alguns desses assuntos.
Falando sobre o atentado o papa declara "Penso que (o atentado) tenha sido uma das últimas convulsões das ideologias da prepotência desencadeadas no século 20", o papa também acredita que foi salvo pela graça divina, "tudo aquilo foi testemunho da graça divina (...) Agca sabia disparar bem e disparou certamente para me eliminar, mas foi como se alguém tivesse guiado e desviado aquela bala...".
O papa refere-se também ao casamento homossexual como "ideologia do mal, talvez mais astuciosa e encoberta".
Também mostra fortemente sua ideologia catolicista quando declara "Quando um parlamento autoriza a interrupção da gravidez comete uma grave prepotência contra um ser humano inocente (...). Os parlamentos que aprovam e promulgam semelhantes leis devem estar cientes de terem extravasado as próprias competências, pondo-se em aberto conflito com a lei de Deus e com a lei natural".
Certamente católicos veementes de todo o mundo irão adorar o livro que mantem um caráter conservador, em determinados pontos radical para a realidade social contemporânea. A ciência e a evolução da espécie humana são incontestavelmente dicotomias intrísecas e necessárias,com isto a igreja também evoluiu fazendo críticas e criando novos conceitos. Ao longo dos séculos, fica difícil distinguir quais ideologias provocaram mais danos nefastos à sociedade, o poder abusivo da democracia (hegemonia governamental) ou o poder religioso (hegemonia católica). Ambos trabalharam com o mesmo propósito usando termos eufêmicos diferentes, a igreja falou muito em evangelização, catolização entre os povos ignorantes perante as leis de Deus e o governo por sua vez usou o termo socialização, democracia e como os americanos estão condicionados a dizer "a liberdade", tudo isto é sinônimo de colonização sangrenta, quebra brusca de cultura e a triste destruição da identidade de um povo, uma nação.

Memória e identidade
Autor: João Paulo II
Editora: Objetiva
Preço: R$ 29,90 (192 páginas)
Rafael, 10:09 PM | link | 2 comentários |

sexta-feira, fevereiro 18, 2005

É preciso pensar para se libertar



Um homem pode destruir o outro, mas uma idéia pode destruir nações, porque
O campo das idéias é amplo e quem adentra pode se perder entre fantasia e realidade.
Quem domina a idéia pode concretizar a partir de uma arquitetura imaginária. Por tanto é necessário que os anônimos se interessem pelas letras, por onde se inicia a concretização das idéias. Se nós seguirmos os mesmos passos dos pensadores e arquitetos de idéias, podemos ter a opção de não sermos corrompidos uns pelos outros. Pois, é certo afirmar que há um mecanismo por trás das matérias, há uma ciência por trás do que vemos, logo não se pode acatar a primeira impressão porque os resultados podem não ser tão agradáveis. Há uma urgência no incentivo a reflexão, à ponderação, assim não seremos escravos de ninguém, tão pouco dos nossos conceitos
pré-concebidos.
Rafael, 3:38 PM | link | 1 comentários |